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Dandara - 05

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Description

O jogo Batalha de Mitos faz parte do projeto de nome Mitos da Terra fruto da parceria entre as empresas Alpha Centauri e Sinergia Games. O BDM será um jogo de cartas colecionáveis baseado na cultura brasileira onde serão apresentados famosos mitos como o Saci e o Curupira, assim como as divindades indígenas e afro-brasileiras. Neste game será possível a utilização de cartas em partidas nas quais os personagens irão batalhar entre si. O game poderá ser jogado por duas ou quatro pessoas e tem como público alvo jovens e adultos. O BDM poderá ser classificado como um jogo de tabuleiro havendo a presença de uma arena de batalha, cartas colecionáveis e objetos acessórios (dados, marcadores, etc). Tais tipos de jogos podem ser considerados até certo ponto como casuais, ou seja, serão utilizados pelos jogadores em momentos específicos. Podemos imaginar que haverá uso por jovens no colégio e em reuniões com seus amigos, já para os adultos apenas em momentos de lazer onde a disponibilidade de jogos virtuais seja menor. Nesta primeira versão do card game será produzida uma edição limitada de 120 cartas contemplando 60 cartas baseadas nas Divindades Indígenas e 60 castas baseadas nas Divindades Afro-brasileiras. Esta serão divididas em 5 elementos: Terra, Água, Ar, Fogo e Éter. 

Mais Informações em: www.batalhademitos.com.br
Publicação no Facebook: www.facebook.com/batalhademito…

Resumo:
Suas raízes são um grande mistério. Ela sempre soube que corria em seu sangue uma grande força relacionada aos seus antepassados. Ainda que não vivesse com regalias de reis e rainhas, havia em sua postura um presença real. Decidiu que lutaria pelo seu povo e desde nova jamais foi dependente de alguma outra pessoa para guiar o seu caminho. A liderança estava sempre em sua vida e ela era considerada uma grande mentora e uma grande guerreira. A beleza de seu corpo foi desfrutada por apenas aqueles os quais ela decidiu se mostrar. Sempre escolheu os seus parceiros e teve amores intensos com eles. Ainda assim jamais abandou seu posto de líder e seu amor pelo povo era inquestionável. Em sua história há grandes segredos dos quais nem mesmo ela sabe ao todo. Quando criança teve contato direto com uma orixá e por esta foi protegida em todos os dias de sua vida. Como era muito nova, tal lembrança ainda é obscura.

Justificativa:
Durante as pesquisas para a criação deste personagem na estrutura de ilustrações de Iansã, encontramos diversos nomes. Estávamos procurando por nomes de origem africana que tivessem dignificados associados com características ligadas à divindade. Para a nossa surpresa e assim como já mencionamos em outras justificativas, algumas relevações aconteceram mais por coincidência do que por técnica. O nome Dandara surgiu em nossas pesquisas como um nome de origem desconhecida, mas que foi entregue para uma grande guerreira brasileira, a Dandara de Palmares. Ela foi esposa de Zumbi dos Palmares, um dos lideres do Quilombo dos Palmares. Quando aprofundamos nossa pesquisa e percebemos que o Zumbi dos Palmares poderia ter ascendência de reis da África, logo isto nos chamou a atenção. Queríamos poder colocar tal referência em nosso enredo e imediatamente decidimos construir essa personagem Dandara. Fizemos isto em homenagem à Dandara de Palmares e à ascendência de rais africanos proveniente de seu esposo. Na narrativa do projeto nós construímos uma árvore genealógica que permite a esta personagem Dandara ser descendente dos lideres do Quilombo dos Palmares e consequentemente de reis africanos. Sem dúvidas essa ascendência nos motivou significativamente para conceber Dandara e é um dos nossos grandes desafios conseguir representar a realeza em seu sangue e este legado em sua vida.

Narrativa:
Na narrativa do projeto MDT, a Dandara é uma das personagens consideradas filhas de orixás. Seu primeiro contato com Iansã foi quando ainda era uma criança e estava sendo amamentada por sua ama de leite. Neste episódio a ama chamava pelo Chibamba, pois a pequena Dandara teimava a dormir. Naquela época muitos faziam isto imaginando que a criatura era apenas um contato folclórico, mas naquele determinado dia o chamado foi ouvido e o Chibamba se apresentou. O susto foi tamanho para aquela ama que ela veio a falecer com a criança ainda em seu colo. Dandara na verdade era filha de um senhor de engenho e de uma escrava. Muitos falavam que esta escrava era especial e que tinha ascendência de pessoas que viveram no Quilombo dos Palmares. Antes de ser comprada por este senhor, a bela escrava era mantida como uma espécie de reprodutora, ou seja, tinha como principal trabalho de se relacionar com outros escravos e de ter filhos com eles. Para que evitassem que ela reclamasse dos trabalhos desumanos, lhe cortaram a língua e por este motivo ela jamais pode falar novamente. Como também era muito bela, o senhor daquela fazenda se compadeceu com a situação da escrava e a comprou sendo ela a sua mais cara aquisição. Ele era um nobre de muitas riquezas e decidiu proteger aquela mulher em seus domínios impedindo que continuasse com aqueles trabalhos horríveis. Conforme o tempo foi passando ele se apaixonou por aquela escrava e eles tiveram uma filha juntos. Poucos sabiam que ele era o pai daquela criança, pois ambos guardavam a paixão em segredo. O nome Dandara foi escolhido, pois muitos acreditavam que sua mãe era descendente direta de Dandara de Palmares, logo, por ter sido esta esposa de Zumbi dos Palmares, seria esta uma linhagem de descendente de reis africanos do Congo. A criança desde que nasceu despertava de forma polarizada o amor e o ódio. Todos os escravos a tinham como uma benção dos orixás, enquanto que a senhora daquela fazenda, real esposa do pai de Dandara, junto com os seus capatazes guardavam um ódio mortal pela criança. Buscando manter o segredo a salvo, os pais de Dandara decidiram se afastar o máximo que pudiam da sua filha logo após ela nascer. Por este motivo ficou definido que seria uma ama de leite quem amamentaria a pequena Dandara. Sua mãe esteve sempre por perto cuidado da criança ainda que sem se apresentar como sua genitora. Como o senhor daquela fazenda era bastante benevolente, ele aproveitou disto para trazer sua filha para morar em sua casa. Assim ele manteve a sua verdadeira família perto dele, pois com a sua esposa ele jamais teve se quer um filho. Após o primeiro ano de vida da pequena Dandara já era impossível não notar a proximidade do senhor daquela fazenda com aquela criança. Como não podiam provar a paternidade dela, ele, após muita insistência, conseguiu convencer a sua esposa a adotar aquela pequenina. Apenas para que seu marido parasse de importunar ela, enfim a senhora aceitou aquele pedido. Durante todo o segundo ano de vida de Dandara, seu verdadeiro pai construiu um palacete em homenagem a sua filha. Aquela obra foi um grande fator de aproximação entre o senhor da fazenda e seus escravos, mas negativamente também serviu para polarizar ainda mais as forças naquele lugar. Como alguns feitores foram colocados para trabalhar, eles se sentiram equiparados aos escravos e acharam isto muito ruim. A esposa do senhora daquelas terras já tramava contra ele em diversas outras situações e nesta ocasião de construção de um palacete para uma filha adotiva, ela sentia muita raiva dele. O ódio lhe enchia devido à dedicação apresentada por seu marido e devido ao fato de que ela jamais conseguiu engravidar dele. Mesmo com dois anos de idade, Dandara sempre que podia pedia que a sua ama de leite a amamentasse. No seu aniversário de três anos estava pronto o palacete em sua homenagem. Aquele era um dia de festas para alguns e de grande inveja para outros, afinal foi um árduo ano de trabalho. Naquele mesma noite após os festejos, quando Dandara estava sendo amentada por sua ama, a esposa do seu pai resolveu então que a criança não deveria mais viver. Aquele foi o último dia que sua paciência permitiu que ela fingisse aceitar a presença daquela criança que roubava tantas atenções. A esposa do senhor daquelas terras invocou uma criatura maligna que servia à sua vontade e orientou que o mostro acabasse com a criança naquela noite do seu aniversário. Tamanha energia negativa foi impelida naquele pedido, que as forças positivas sentiram o peso de tal desejo. O universo é uma balança que buscará sempre o equilíbrio e então a criatura benigna mais próxima que ali estava, o Chibamba, sentiu a presença de tal energia negativa. Ele percebeu quando o Quibungo foi invocado para realizar o desejo daquela mulher. Ele sabia que devia fazer algo para tentar proteger impedir que alguma grande maldade fosse realidade. O Chibamba estava bastante agoniado, pois sabia que se não fizesse nada aquela noite seria uma noite na qual o mal prevaleceria. Por este motivo o Chibamba se aproximou da casa e ficou rondando o lugar fazendo guarda buscando entender qual era o plano maligno que estava se formando. Foi nesse momento de espera que ele ouviu um suave canto vindo de dentro do quarto. Lá a ama de leite cantava para que a Dandara dormisse. A ama usava um conto popular da época que dizia que o Chibamba viria pegar as crianças que se recusassem a dormir. Ele então se aproximou, mas acabou chegando perto demais da janela. No exato momento em que o Chibamba observava pela janela aquela bela criança, a ama de leite o percebeu como um monstro do lado de fora. Ela gritou muito de medo enquanto apontava para a janela e cobria os olhos de Dandara. Ela evitava que a criança visse aquela criatura toda de folhas de bananeira e com uma grande mascara que estava do lado de fora. Tantos foram os gritos e tamanho foi o susto que a ama veio a falecer ali mesmo enquanto protegia a criança em seus braços. O Chibamba se assustou com aquela reação que ele jamais imaginara e sabia que tudo aquilo poderia atrair ainda mais o Quibungo. Perdido, ele ficou sem saber o que fazer, então  quebrou a janela e entrou no quarto buscando ajudar de alguma forma. Do lado de fora da casa em meio às árvores da floresta estavam a mulher e o Quibungo e ambos observaram tudo. Eles queriam agir logo para aproveitar a oportunidade e acabar com aquilo, mas sabiam que os gritos chamaram bastante atenção de todos da fazenda. Por este motivo eles decidiram esperar e até imaginaram que aquele monstro  que invadiu pela janela é quem daria conta da criança. Lá dentro o Chibamba colocava a mão na cabeça e pulava de um lado para o outro sem saber o que fazer. Ele sabia que não podia deixar a criança ali sobre o perigo do Quibungo, mas não podia simplesmente levar ela consigo. No momento em que decidiu ao menos tirar a criança dos braços da ama, o tempo simplesmente parou. Um grande raio acertou toda a parede lateral do quarto e a destruiu imediatamente. Não havia se quer um vento do lado de fora e aqueles que tiveram coragem de olhar pelas janelas viram uma enorme massa de nuvens vindo na direção da fazenda junto com uma chuva forte. Todos respiraram fundo e assim como o tempo parou ele voltou repentinamente. Uma grande rajada de vento fechou todas as janelas e então naquele quarto onde Dandara estava se apresentou a senhora dos ventos, Iansã. Ao perceber o Chibamba sobre a criança ela usou seu Eruexim como se tivesse dado uma chicotada no ar e fez um movimento com as mãos por duas vezes como se dançasse. Com isso o Chibamba e todo o quarto foram jogados para trás com a força do vento. Os telhados foram jogados para o alto e a força dos ventos chegou para todos que estava próximos. O motivo pelo qual Iansã estava ali foi para conduzir o espírito daquela ama para o orum, mas ao chegar e ver aquela criança, ela imediatamente aproximou-se para ver mais de perto o que estava acontecendo. Iansã tocou o rosto da pequenina Dandara com sua mão esquerda e sorriu antes de ficar bastante séria. O Chibamba ouvi que a orixá falava algumas frases, mas apenas entendeu que ela pronunciou as palavras “Abikú Malómo” e nesse momento percebeu que Dandara era uma criança que já nasceu com data prevista de morte. O espírito de Dandara era uma reencarnação de um de seus antepassados que tirou a própria vida e retornou apenas para encerrar a sua jornada. Iansã retirou a criança dos braços da ama e então abaixou-se colocando um dos joelhos no chão e olhando para ela. Dandara em momento algum chorou ao ver todos aqueles seres diferentes. Ela fixava seu olhar em Iansã com se tivesse até mesmo o direito de se portar como uma similar. Durante aqueles eventos, motivado pela preocupação por sua filha, o Pai de Dandara veio com sua mãe e alguns feitores em direção ao quarto. Eles tentaram arrombar a porta, mas ela estava selada pela magia de Iansã que estava na parte de dentro. Ainda assim a orixá sentiu a presença de uma descendente de reis do outro lado e por magia fez com que a mãe de Dandara atravesse a porta por magia. Isto aconteceu exatamente no momento em que tentou derrubar a porta com os ombros, então caiu dentro do quarto e viu todo aquele cenário. Iansã pediu que a mãe de Dandara levantasse e disse que deveria fugir dali imediatamente com a sua filha, pois havia um mal muito forte que os espreitava do lado de fora. Iansã ao olhar para o Chibamba jogado ao chão disse que aquela criatura jamais tentou fazer mal contra eles e que a partir daquele dia ele as protegeria. Sua primeira missão seria levar mãe e filha para uma ilha onde não pudessem ser encontradas. Nesse mesmo momento o Chibamba se levantou e muitas de suas folhas caíram revelando um homem negro muito belo. Ele veio na direção de Iansã que se levantou com a sua presença e então recebeu dele uma reverência. O Chibamba ajoelhou-se aos seus pés e tocou o chão com a testa. Ele retirou sua máscara e aceitou de bom grado aquela missão. Iansã pediu que ele se levantasse e, ouvindo aquela voz rouca e olhando nos olhos daquele homem belo, ela segurou seu rosto com as duas mãos. Ele disse que ele a lembrava um de seus filhos e um dos seus amores. Então, de repente, Iansã o soltou exclamando que ela era a rainha das tempestades e que era seu desejo que o Chibamba cuidasse daquelas duas mulheres desamparadas. Iansã ordenou que eles saíssem imediatamente e que ela levaria o espírito da ama para o reino dos mortos. Disse ainda que não se pode haver interferência tão direta dos orixás sobre os homens, pois estes foram separados a muito tempo. A sua presença ali acabou permitindo que as duas criaturas do mal lá fora também ganhassem um grande poder. Para não continuar desequilibrando a anergia daquele lugar ela iria embora imediatamente. Nesse momento enquanto eles saiam, a chuva que estava a caminho da fazenda chegou com muita força. O Chibamba e as suas protegidas aproveitaram esse momento para desaparecer na floresta no mesmo instante em que Iansã conduzia o espírito da ama em direção aos seus trovões. A mulher e o Quibungo que observaram tudo escondidos na mata, ficaram muito enfurecidos com a fuga. O ódio daquela mulher foi muito maior do qualquer monstruosidade que o Quibungo poderia ter em sua essência e então nesse mesmo momento ela se transformou numa grande coruja. Emitindo gritos agudos, ela tentou encontrar Dandara na floresta, mas não obteve sucesso. Em seu ódio a ave destruiu todo o restante do quarto e então os homens que ali estavam viram pela primeira vez aquela criatura medonha. O piro resultado do combate entre os homens da fazenda e a grande ave foi a morte do pai de Dandara. No dia seguinte a mulher, também ferida em combate, voltou transformada em humana novamente. Ele mentiu dizendo que também havia sido atacada pela fera alada e que fugiu para a floresta. O Quibungo tanto temeu aquele mal que jamais voltou para a fazenda novamente vivendo assim nas matas pelo resto de sua vida. Dandara foi então criada em uma pequena ilha da Bahia de Todos os Santos conhecida como a Ilha do Medo. Este era um disfarce para esconder o real paradeiro daquela criança e impedir que visitantes não desejados a encontrassem. O Chibamba jamais contou para a sua protegida o que realmente houve naquele dia achando que desta forma a protegeria. Para ele esta era uma forma de guardar aquele segredo ela até dela mesma. Como sua mãe era muda também não tentaria nem por outros meios falar daquele triste passado. Na ilha eles viviam bem e construíram uma sociedade que cuidava de doentes. A força daquela criança era tamanha que logo ela se tornou líder e ajudou os anciões a estabelecerem uma espécie de conexão mística entre o mundo material e o mundo imaterial naquele lugar isolado. Dandara tinha sonhos constantes daquela noite, mas eram apenas memórias imperfeitas. Seu segredo estaria guardado até mesmo dela, mas isto não seria para sempre.

Características:
Para a construção da ilustração representaremos Dandara mais velha porém ainda jovem. Será uma espécie de líder por admiração, mas não possuirá tal posto. Esta posição será mantida por anciões da comunidade onde vive. A cena deverá ser uma representação de Dandara em uma praia olhando em direção ao continente. Neste momento ela percebe por meio das nuvens que se formará uma grande tempestade e por meio delas há um desenho da cena em que era criança e foi visitada pela Iansã. A imagem 07 representa bem uma cena onde ela estará pensando no seu passado. Sua face não deverá ser de tristeza, deverá ser o de uma mulher obstinada e orgulhosa. Deverá haver bem ao fundo no mar a representação de um pequeno barco vindo em direção à ilha em que ela se encontra. Este barco representa o protagonista da narrativa vindo em sua direção. Dandara será uma mulher misteriosa que irá receber o grupo no momento em que uma grande chuva chega à ilha. A sua ilustração ainda contará com sol, mas ela sabendo da chuva a caminho deve estar com uma vestimenta que possa rapidamente se adaptar e se transformar em algo que a proteja. A posição da Dandara deverá ser de perfil conforme imagem 04. Ela deve estar com roupa, mas a sensualidade deve ser trabalhada em suas curvas. A Dandara deve estar com uma espada similar à de Iansã em sua cintura. No Rabisco para a Ilustração estão apresentadas as posições dos elementos desejados para esta cena.

Escrito por Ramon Santos
Ilustrado por Filipe Sant'Ana

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